quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
A mulher perfeita. Ou, a Mulher invisível
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Conversei com a Natureza
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
A Rotativa Parou! Os Últimos Dias Da Última Hora de Samuel Wainer
“Em 1971, mesmo ano que vendeu a UH, Samuel tornou-se empregado do antigo concorrente Adolpho Bloch, comandando um semanário de pouca duração, o Domingo Ilustrado (...) Depois dessa curta experiência, como qualquer outro jornalista brasileiro em busca de melhores oportunidades, seguiu para São Paulo, assumindo inicialmente –ironia do destino – o cargo de redator-chefe da última Hora paulista, que ele próprio fundou e que no tempo de exílio vendera ao grupo Folha.”
Samuel morreu em 2 de setembro de 1980, aos 70 anos. Quem quiser saber mais sobre a sua vida, Minha Razão de viver, eds. Augusto Nunes & Pinky Wainer, Planeta, 2005, é uma autobiografia editada postumamente por sua filha, a artista plástica Débora ("Pinky") Wainer.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Enquanto a festa....
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Pré-conceito é de homem pré-histórico
Eu era um vagabundo nessa época. Quase não lia, e todo dia que chegava à aula os professores me banhavam com água fria: "jornalista que não lê está fadado ao fracasso". Mais ou menos isso. Isso me doía. Eu sabia que necessitava ler, indiscutivelmente, mais do que estava lendo, porém não conseguia sair daquela inércia. Simplesmente, não fazia nada para conseguir.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Saia da caverna!!
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
O estilo
Eu gosto de imagens, sons, é claro; mas a escrita é mágica. Ela eleva os pensamentos às alturas - ou funduras; ao subjetivo, enfim.
Na imagem, ficamos limitados ao que é mostrado. Às vezes esperamos maravilhas, e quando vemos a imagem, não é nada do que esperávamos. É o caso de alguns livros que viram filmes - que, por sinal, nunca tive essa experiência.
Pelo ar, chega aos nossos ouvidos o som, que tem a escrita. Contudo há alguns fatores que podem dissimular a mensagem radiofônica. No meu caso, eventualmente, me perco em meio à velocidade em que é transmitido algum programa de rádio. Seja por distração, com a vista livre para contemplar outras coisas, seja até mesmo pelo desinteresse na forma como são transmitidas as informações, unicamente pela voz.
Não me sinto um peixe fora d'água porque sei que a escrita é a base de todos os meios de comunicação. Num programa de TV, é o roteiro escrito quem norteia a programação. No rádio, idem, texto falado. Tá, tudo bem, na internet por vezes é preciso ter imagens e sons para alimentar nossa insaciável curiosidade. Mas, em geral, textos são mais imaginativos.
Portanto, meu manifesto é pela escrita. Gosto dela do jeito que ela é: às vezes desperta cansaço, desinteresse e até mesmo preguiça, mas continua sendo a preferida. A mãe dos meios de comunicação. A melhor forma de cada um interpretar da sua maneira o sentimento, pensamento, momento, e demais "entos" do autor. A escrita une as pessoas. Relacionamo-nos muito mais facilmente com outras pessoas através da escrita, porque ela traz em si os detalhes mais íntimos da pessoa, o subjetivo expresso em palavras.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Menino Peralta
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Moreninha
Moreninha
Caminha ela no cerrado
Tocando o chão com os pés empoeirados.
É a menina, a bela brasiliense
Que torna as árvores, tão secas, reluzentes
Talvez ela exlique a alma do cerrado
Ao caminhar pela estrada a curtos passos.
Enquanto a cidade cresce
E a violência abala, o povo estremece,
A menina passa e não entende nada:
Se a cidade contempla a Modernidade
Como é possível problemas de Idade Média?
E vira e mexe se pergunta, e Deus infere:
“Justiça cabe aos homens, dei-lhes terra, céu e mar
Não cabe a mim, cabe aos homens julgar.”
E ela se foi, mais uma vez à terra andar
Ver a burguesia
Dois pra cá nenhum pra lá.
Prates
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Relances
calma e ávida (olhos de quem vê)
olhei para tras, vivi teu romance
vi como era ágil, viril, quase um animal
Senti que tua vida marcou o relance
daquele instante em qui'aconteceu
Só consigo imaginar
como era, como foi estar
O ocorrido, ter vivido
espero ainda estar
sei que ainda está
contigo
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Marinheiro D'água Boa
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Drogas? Não, obrigado!
Vivemos num mundo onde a indepêndencia ainda é o troféu do ser humano. Aliás, creio que sempre foi assim. No entanto a guerra para alcançá-la é dura. Guerra soa muito violento, prefiro jornada. Uma jornada cheia de obstáculos, crenças, detalhes, armadilhas, charadas. Nela encontram-se muitos inimigos, mas também muitos aliados.
O cotidiano é recheado de desafios. No transito não se sabe quem está do outro lado do vidro. No estádio de futebol não se sabe com quem assistes. Até mesmo numa festa, motivo de comemoração, há brigas e violência. E, finalmente elas, as drogas. As drogas estão em todos esses lugares e são elas, na maioria das vezes, que causam essa violência sem motivo, covarde.
As drogas podem ser um daqueles passos em que você dá para trás e, possívelmente poderá repetir o ato de ver-se andar para trás caso use novamente. As drogas são motivo de tráfico, mortes, violência, destruturação familiar, depressão e, principalmente, sensação de fracasso.
Não existe coisa pior para o homem do que o fracasso. Ainda mais o fracasso induzido pelas drogas. O ser humano se sente desajeitado em continuar a vida; atrasado por ter usado e perdido um pouco da realidade vendo-a transcorrer pelas mãos.
O texto que escrevo aqui não é para que você pare de usar drogas. (Na verdade é sim, é a finalidade da idéia). Ele é um conselho para que apenas veja as consequências do seu ato e o que pode estar perdendo ao ver a droga como um apêndice inseparável, onde somente com ela se é capaz de escrever, sair, namorar, estudar etc.
Aprender a viver sem a droga é aprender a viver consigo.
Não vou prolongar mais o texto pois não quero que soe à mente de vocês como uma mensagem de autoajuda.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Pequenas porções de evolução
Para mim, isso era coisa de outro mundo, poder conversar com pessoas mais velhas; hoje em dia é aprendizado, algo bom e saudável.
Eu percebi uma coisa até o dia de hoje: aprender com o outro é essencial. Antigamente e até hoje tenho preconceitos, mas tento sempre me livrar disso admirando o próximo.
No entanto, existem coisas, para mim, que realmente não fazem sentido admirar. Restart, Cine; sei lá, são coisas in-gostáveis. O motivo é saber que a banda não tem personalidade, escreve para a massa, vive de forma retrógrada; acho que não é bem por ai que se tece o caminho para uma carreira digna de aplausos.
Hoje em dia, tudo o que é feito com esforço e estudo eu admiro. Pessoas que soaram, que tiveram um momento divino numa composição, que procuraram a melhor nota, que compuseram com vontade, que escreveram com firmeza, que tocaram ensaiados; esses são dignos de aplausos. E muitos.
Tem um cara que eu vi na internet - não sei muito sobre a vida dele, mas percebo que ele teve atitude em falar muitas coisas que pensamos, mas não manifestamos a opinião em público.
O nome dele é Felipe Neto. Ele expõe suas opiniões diante de comportamentos na sociedade. Apesar de muitas vezes pode parecer equivocado é interessante assisti-lo. Basta escrever "Felipe Neto" no youtube que você, Leitor, acha.
Boa noite.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Pequeno grande mapa histórico subjetivo
terça-feira, 22 de junho de 2010
Vida de escritor
Gay Talese, nascido numa pequena cidade norte-americana de Nova Jersey, em 1932, filho de imigrantes italianos, é um dos criadores da expressão “novo jornalismo” - que investiga com as ferramentas de repórter e relata com os recursos literários de escritor. Até o ano de 2005, havia publicado quatro obras, entre elas a mais famosa “Fama e anonimato”, Companhia das Letras, 536 páginas, livro que reuni textos que Talese publicou após os anos 60 em revistas como Esquire e The New Yorker. Em 2006, ele termina a autobiografia Vida de escritor, Editora Companhia das Letras, 512 páginas. Segundo o jornalista Mário Sérgio Conti, autor do posfácio da obra, “Vida de Escritor foi o livro de Talese que teve pior recepção nos Estados Unidos. As restrições foram de duas ordens: ele seria um pot-pourri com restos de livros que goraram; a sua construção era forçada e frágil.” Mas por que Gay Talese quis reunir suas histórias que não alcançaram o status de livro em uma só obra? Percebe-se que não é tão simples assim.
De fato, Talese retrata suas experiências de forma sinuosa, em que relata o passado distante e o passado mais próximo de forma contínua; apenas um parágrafo separa décadas de vida. Seu dom para retratar cada ambiente, cada personalidade e até mesmo os pensamentos que tinha diante das situações, por muitas vezes deixa a obra cansativa. A impressão que se tem é que, na medida em que ia escrevendo, Talese recordava de outros acontecimentos e fazia questão de escrevê-los imediatamente.
Por exemplo, ele começa o livro falando de uma Chinesa que perdeu um pênalti no final de uma copa do mundo feminina de futebol. A partir daí, surge a idéia de entrevista-lá de uma forma diferente daquela abordada na mídia, em que apenas um parágrafo resumiria a situação. Talese queria saber o que se passava na cabeça da chinesa e como ela iria fazer para encarar sua nação na volta ao país. É uma idéia excelente! Porém ele só consegue retomar à situação no final do livro. Até lá, muitas descrições, apesar de conseguir interligar histórias totalmente diferentes de maneira hábil.
Talese consegue contar fatos importantes que na época fracassara, seja por sugestão de pauta, seja por não conseguir transformar seus textos em livros, como desejava. Essa é a grande sacada do livro. "(...) eu achava que com tantos livros de sucesso no mercado, e sobre como ficar rico, e como vencer, seria interessante ler algo sobre pessoas que talvez tenham desenvolvido um talento singular para a derrota", conta Talese.
E é verdade: qual autor renomado tem a coragem de mostrar seu lado fracassado, suas idéias que, quando criadas, em sua cabeça eram brilhantes e, no momento de apresenta-las a alguém, o não surge antes mesmo de qualquer coisa? São poucos que têm a audácia...
Apesar das suas constantes digressões, Gay conta os bastidores de acontecimentos importantes, como a marcha contra o racismo, liderada por Martin Luther King. Na época, repórter pelo New York Times, ele retrata o comportamento de uma sociedade segregacionista ao extremo, a ponto de os negros não possuírem direito a voto! Conta não só como foi a passeata, mas principalmente os impactos depois que a mídia esqueceu a cidade de Alabama, palco das reivindicações. A cidade era a mesma, ainda via-se os olhares e comportamento resignados por parte dos negros.
Esses e outros acontecimentos são relatados no livro de forma calorosa. Percebe-se na leitura que Gay tem prazer em contar seu dia-a-dia nas redações, na cobertura de acontecimentos como jornalista iniciante ou não, em descrever o outro visando sempre não só o lado conhecido por todos, mas principalmente a face humana da pessoa, seus comportamentos e predileções. O leitor que prefere caminhos alternativos, em vez da “verdade” que a maioria segue, irá se identificar com essa obra prima de Gay Talese, mesmo aquele que não goste de rodeios em volta do mesmo assunto, ao menos irá admirar a paixão que Talese tem com o ser humano, a si mesmo e, principalmente, à escrita.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Victor, o rapaz em quadrinhos
De aparência tímida, porém não tão discreta, Victor sentou-se à mesa e esperou começar a entrevista. No início, perguntas simples não abalaram com o interior do estudante. Respondendo calmamente as mais básicas, contou que sempre morou em Brasília com os pais, se disse um cara sossegado, que gosta de esportes, apesar de seu comportamento de menino caseiro.
Mas, como nem tudo são flores, as perguntas mais íntimas foram aparecendo e Victor, com o passar do tempo, não parecia tão à vontade como de costume.
Os entrevistadores passaram a perceber algo incomum em um rapaz de 19 anos: sua dependência em relação aos pais. Perguntado sobre a relação com os esses, Victor foi direto: “Temos uma relação boa, a gente não briga muito não”. Mas, logo em seguida, entoou de forma não muito satisfeita: “Ela (a mãe) sempre tem alguma crítica nas coisas que eu faço”.
O desabafo foi em relação a um desejo antigo em realizar o curso de cinema. Segundo ele, a mãe, devido à inconstância das decisões do filho, resolveu matriculá-lo no curso de jornalismo, apesar de Nunes não gostar de ler.
O estudante do terceiro semestre de jornalismo confessou também sofrer bulling - nome dado às violências cometidas por alunos encima de outros alunos - na adolescência. “Pedi ajuda terapêutica para minha mãe”. A terapia durou até o final de dezembro de 2006, quando Victor decidiu sair por conta própria, alegando que a terapia propunha um estilo de vida diferente do seu.
Em seus 19 anos de vida, Victor teve apenas uma namorada, aos dezesseis anos. Ao contar sobre o relacionamento, visivelmente seus movimentos tornaram-se mais agitados, o que demonstrou certa resistência ao falar sobre o assunto. O relacionamento não durou muito, apenas 3 meses, acabando de forma peculiar.
De acordo com Victor, certo dia o casal estava passeando pelos corredores da escola quando a namorada percebeu que ele estava evitando permanecer de mãos dadas. Ela perguntou o porquê da esquiva. “Você transpira muito pelas mãos”, respondeu de forma inocente. Depois de dita a frase, que até hoje Victor não se esquece, a menina nunca mais quis tê-lo como namorado.
“Eu queria ter uma irmã mais velha pra me ajudar nessa questão feminina”. Senti sinceridade quando Victor disse isso. Aliás, desde que ele se sentou ali, na frente das pessoas, não percebi mentira em suas palavras.
Esse rapaz, que até aqui se mostrou dependente e de certa forma com medo de assumir seus desejos, apesar dos defeitos que, aliás, todos nós temos é, sem dúvidas, fiel à sua personalidade. “Minha motivação é acordar e poder encontrar e estar com as pessoas que eu gosto.” “Me considero um cara de muitos amigos”, acrescenta o menino tímido de costeletas e óculos que lhe dão vida e faz “Victor, com ‘c’” ser quem ele é.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Meu
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Suponhamos...
Acabei de chegar na cidade. Ela é uma tentação, nunca vi tantos anúncios e regalias. O som do trânsito e das ondas soa como música aos meus ouvidos. Eu estou me sentindo muito bem, leve.
As pessoas aqui se vestem bem, veja aquela moça: enquanto ela anda, suas jóias se movem calmamente, seus passos são lentos e bem calculados, sua postura elegante. Ela é impecável!
Essa rua por onde ando é bem movimentada, tem vários anúncios e cartazes indicando os produtos que devem ser comprados. Eu gostei daqui, gostei das pessoas. Elas são intocáveis, são bem vestidas e gesticulam bem ao falar no telefone, parece uma passarela.
Esse som me toma pelo chão. Sem perceber fechei os olhos e comecei a sentir a energia dessa cidade. A energia da beleza, do encanto, das luzes que refletem dos óculos de grife, do olhar esperançoso do gari, da posição esbelta das árvores. Isso me alimenta, sinto-me bem aqui.
Quer saber? Vou pegar o caminho da praia. Estou dispensado, tenho a tarde inteira.
O caminho permanece iluminado, por que as pessoas sorriem tanto? Será que todo mundo está de dispensa hoje?
Meu bom Mar me diga, onde me levarás nesta minha iminente viagem? Eu quero ir para África, sim, a África! Sede da Copa do Mundo. Visitar os Safáris habitados por onças, girafas e turistas de todo o planeta. Conhecer a história daquelas cidades onde a segregação um dia já existiu. Ver e ouvir pessoas de diferentes nações.
Meu Mar, me leve? Não me deixe olhar pra trás, apenas quando eu acordar e não me lembrar de mais nada.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Bela atriz
No deserto, eu a vi caminhando. Azul, leve e independente. Não acreditava no que via. Parecia uma miragem. Sua leveza encatava. Pensava, enquanto acompanhava seus quadris ao andar, de onde podia ter vindo tamanha perfeição. Jeito, postura, dança. Ao longo de seu caminhar, ela cantava músicas de Alceu Valença, indicando seu lado feminino com toques exóticos e poéticos.
Não agüentei, corri para tentar falar com a tal moça que há tanto me encantava. Corri, corri e, quando pensava que alcançaria suas lindas mãos, esquivou-se com soltura e sensualidade. Meu Deus, pensei, preciso alcançá-la! Corri, corri, corri mais. Corri com passos largos, curtos, rodopiando, pulando, usei de todas as formas que conhecia para correr mais rápido, mas não a alcançava.
No meio do caminho, vi que estávamos nos aproximando da praia e comigo pensei: não tem como ela escapar: vai ser lá onde vou segurá-la e arrancar em suspiros seu nome e perfume exalado da boca ao falar. Só mais um pouco e enfim tocarei sua pele, revelarei seu segredo.
Mas, quando foi chegando perto, perto demais da praia fui pensando: será que vale a pena descobrir o segredo da linda mulher que corre à minha frente? E se eu descobrir e não gostar? E se ela não for tão sublime quanto eu espero? Minha poesia, meu encanto por ela não vai mais ser o mesmo. Minhas palavras vão passar a ser triviais, meus olhares vão ser tímidos e minha vontade não mais aguçada pela adrenalina do desejo.
E agora, o que eu faço? A praia está chegando, eu revelo ou não o segredo? Desfaço ou não das minhas poesias para a bela atriz?
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Mundo
A concentração na estrada é essencial. Às vezes amigos ou parentes aparecem para dar aquele empurraozinho para gente seguir em frente. Isso também é essencial, pois faz parte da nossa alma a energia que sentimos dos amigos.
"É impossível ser feliz sozinho".
Embalado nesse momento de extasia do sentimento, eu me declaro feliz. Declaro que todos sejam, que façamos nossa parte. O mundo é repleto de ignorantes, de pessoas com a cabeça fechada para os seus problemas. Porra, todos temos problemas, mas se ajurdamos fazendo a nossa parte com certeza isso refletirá positivamente na resolução do problema do próximo.
Quando uma pessoa taca lixo pela janela do ônibus, eu me pergunto sempre: será que essa pessoa fez isso por não ter aprendido em casa, ou na escola? Mas não é possível. Nem tudo aprendemos em casa. Se fosse assim, as pessoas não saiam à rua, com medo das diferenças.
Uma pessoa que taca lixo pela janela é no mínimo ignorante por vários fatores. Pelo fator do egoísmo para com os outros e com o mundo. Pelo próprio fator da ignorância em sí, por não enxergar o óbvio por pura negligência.
Com tantas informações veiculadas nos meios de comunicação, produzidas com tanto esmero pelos jornalistas para alertar a população sobre os efeitos agressivos que as ações humanas vêm causando no planeta, não é possível que um babaca ao menos não tenha visão de que jogar lixo pela janela do ônibus, por mais que um funcionário do serviço de limpeza urbana venha limpar no dia seguinte, é um ato incrédulo diante do contexto que estamos inseridos.
Nessa busca incessante ao sucesso profissional que vivemos atualmente, muitos deixam-se cegar pelas ambições e acabam esquecendo da responsabilidade que todos e cada um tem com a sua casa, o nosso pequenino planeta.
E olha que apenas citei o caso do lixo jogado pela janela...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Felicidade em preto e branco
omingo, dia de decisão do Campeonato Mineiro. Torcedores atleticanos acordam, levantam e antes mesmo de abrir os olhos vestem o manto. Após a roupagem, olham pela janela: céu azul. Pena que a cor foi vista apenas no céu. Alguns torcedores inconformados diziam: “nós queríamos o Cruzeiro, mas cadê o Cruzeiro?”
Preparação feita, atleticano às ruas.
As vias de acesso prontas para a enorme carga de torcedores ansiosos. Ônibus e carros lotados de fanáticos convergiam para um único ponto: o Mineirão. Assim amanheceu o dia da decisão entre Atlético Mineiro e Ipatinga.
No local do confronto, o estacionamento lotado de atleticanos em busca do passaporte para o espetáculo deixou a já pequena, porém fiel, torcida do Ipatinga assustada. Embora a vontade fosse grande, nem todos conseguiram garantir a entrada.
Falta de ingressos e confusão
A grande demanda por ingressos não foi acompanhada pela oferta. Cambistas vendiam ingressos – que custavam inicialmente 20 R$ – a preço da própria camisa do time. Muitos torcedores que esperavam assistir ao espetáculo ao vivo viram o sonho se perder pela falta de bilhetes e se contentaram em acompanhar o jogo pelos famosos radinhos de pilha nas mãos de alguns torcedores, pela televisão ou até mesmo por carros de som próximos ao estádio.
Como nem tudo são flores, a falta de ingressos desesperou boa parte das torcidas. A meia hora do jogo, alguns mais alterados pretendiam acabar com a festa antes mesmo de ela começar e incitavam pequenas brigas ao partirem para cima dos que os vendiam a preços absurdos. De tempo em tempo, um grupo de furiosos partia para cima de cambistas, mas, instantes depois, a polícia chegava para apartar e garantir a festa no Mineirão.
Vitória e comemoração
Confusões à parte, o Atlético conquistou merecidamente a vitória. Com um resultado de 5x2 no agregado das duas partidas, o Galo mineiro foi pela 40ª vez campeão estadual – quatro a mais que o rival Cruzeiro – e pôde comemorar a festa há três anos aguardada. Oficialmente, 60.704 pagantes presenciaram a final, o que gerou renda de R$ 1.209.820,00.
Após o jogo, torcedores, dirigentes, integrantes da comissão técnica e jogadores se reuniram na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, para festejar a conquista da Taça. Como heróis após uma batalha, os jogadores do clube foram recebidos com o hino do time orquestrado pela banda mineira Tianastácia. A festa de comemoração lotou a Praça e contou com a distribuição de 40 mil latinhas de cerveja.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
A que será que se destina? Não importa. Amo!
São risos, detalhes, convivência, olhares, momentos, destino. Só isso?
O amor é uma invenção humana? O amor é uma ilusão? O amor é único? É passageiro?
Ninguem nunca vai poder definir o que vem a ser o amor. O amor não se define, se sente.
Se vive! O amor está presente em tudo, basta que os dispostos se encontrem e pronto, ele se mostra.
Nunca podemos esquecer o amor. Quando isso acontece causa depressão, vertigem, desvontade de viver. E não é isso que Deus quer. Deus quer que vejamos o amor. A partir dai, creio eu, que ele já está satisfeito. A partir dai, cada um com seu juízo, cada um escolhe se quer ou não a vida com amor.
O amor é um, dois, um milhão, o infinito. É ele quem move religiões, amizades, acontecimentos. Vivamos o amor. Ou pelo menos enxerguemos ele. Eu não tenho dúvidas de que quem sente amor, sente Deus.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Tonigt: Franz Ferdinand
Nesse domingo, 21/03, aconteceu o show da banda Franz Ferdinand em Brasília, no Marina Hall. O show representa a turnê da banda pelo Brasil, passando pelas capitais Porto Alegre, Rio, Brasília e por ultimo São Paulo. Inicialmente foi divulgado que iriam apresentar musicas do ultimo álbum Tonight: Franz Ferdinand. Mas “o show”, ressalva o Correio, “contempla toda a carreira dos rapazes de Glasgow.” Previsto para as 21 hr, para a felicidade de todos, foi o que aconteceu. E para abrir o espetáculo, a banda The Pro, em um show também pontual - até de mais, não cheguei a tempo de vê-los – foi escolhida a dedo e ouvidos pelo grupo escocês entre várias outras numa seleção nacional.
A partir daqui vou contar o show como realmente foi, sem me prender a palavras formais e sentimentos reclusos.
Chegamos, estacionamos, pegamos a caixa térmica que continha uma caixinha de cerveja e uma heineken e fomos para perto da entrada. Meu amigo, o Guiga, queria ver a banda que ia abrir o show. O vocalista era amigo dele e ele prometeu presença. Mas infelizmente o álcool falou mais alto. Já atrasados, nós tivemos que tomar tudo que podíamos em pouco tempo, para não perder o show da banda The Pro. E mesmo entrando com uma latinha dentro do bolso cada um, não chegamos nem a ver os últimos ruídos da ultima música. É, não deu Guiga.
Quando vimos que perdemos o show da The Pro, ficamos conversando sobre a vida, bêbados eu acho. Papo vem papo vai. Opa! Começou o show Guiga, corre, corre! Era “No You Girls” que estava iniciando o já iniciado espetáculo, alertando a todos com aquele solinho inicial um tanto... peculiar?
Entramos correndo e fomos para perto do palco. Com a latinha na mão, pulando feito louco, vimos que não ia dar pra ficar ali naquele lugar, onde os supostos fãs defendiam com garras e câmeras. Fui empurrado na primeira tentativa de me soltar. Como pode? “Vamos lá pra trás, Guiga!”
Chegando lá atrás eu não sei o que aconteceu. Botaram alguma coisa na nossa bebida ou os ventiladores estavam empurrando o ar com alguma substância alucinógena, ou..., ou eu realmente não sei. Só sei que entramos na dança. Passamos a ouvir e sentir o show. A música penetrou em nossos corpos e não conseguíamos sair dela. Nem ela de nós.
Começamos a interpretar. Corremos pela arena do show desviando das pessoas. Dançamos no ritmo do baixo, da guitarra, da voz, da segunda voz, da bateria e da música. A energia era tanta que tentávamos passar para as pessoas. Segurava-mos em seus quadris e girávamos com leveza e soltura. Depois corríamos mais, deslizando pelo chão escorregadio. Cada um ia para um lado. E depois, surpreendentemente, nos achávamos no momento exato!
A galera foi ao delírio quando o baixo clamou: “Venham, é Take Me Out!”. Todos se surpreenderam, pois muita gente achou que eles não iriam tocar músicas do primeiro disco. Naquele momento nem o segurança mais sério se segurou.
Depois da tão esperada, os que acharam que o nível do show ia baixar, retiraram o que “disseram”. Músicas como Michael, Ulysses, Lucid Dreams, Do you want to, além de outras tantas, fizeram do show do quarteto Franz, novos se pensarmos no ano de lançamento do primeiro Cd, 2003 - um espetáculo de gente grande. Lucid Dreams fechou o show com chave escocesa, para fugir do velho clichê. Não vou me estender muito para tentar defini-la. Apenas ouçam e tente imaginar como foi ouvi-la ao vivo.
http://www.youtube.com/watch?v=Dl98kUWgQrc&feature=fvw
Beijos e abraços!
quarta-feira, 17 de março de 2010
Postagem
Tentei apelar para tudo voltar ao normal, em vão...
Apanho do tempo nas horas mais surpresas, como após um jantar, depois de momentos simples rotineiros.
Todo dia é uma batalha com meu orgulho, ele o corajoso, audaz; eu, o fraco, romântico desesperado.
Parece que estou vivendo na idade média. Não me importa realidade no momento, não importam muitas coisas.
É uma melancolia minha, depressiva e saudosista. Só consigo lembrar das coisas com cores alegres, com amor. Mas por que? Isso não é justo. Eu quero que meu orgulho ganhe essa batalha medieval, que tire de mim essa saudade avassaladora, que me deixa em cacos, que me faz pensar em mais nada, que me faz escutar músicas melancólicas, que me faz escrever isso pra você!
Eu sou mesmo um babaca...
quarta-feira, 10 de março de 2010
Solidão
Assim como se pensa "ufa, estou livre", se pensa "preciso de algo, da minha wonderwall' que me mantem salvo e seguro."
Mas como pode ser verdade agora, se a minha parede maravilhosa se destruiu propositalmente...
terça-feira, 2 de março de 2010
Ter imagens pra te olhar
Escondido, eu olho pra ela rente à esquina que separa nossas salas. Como sempre linda, delicada e solta. Percebi que de tempo em tempo me olhava um olhar de dois segundos, interessado e, como de costume, concentrado secundariamente no outro assunto. Suas amigas logo perceberam e me olharam também, virando-se para ela rindo. Escondi meus olhares rapidamente. Que idiota, por que sou tão tímido? Voltei pra aula...
Olhei o relógio; olhei o professor, olhei meus amigos em volta, olhei para janela: vou sair daqui!
Peguei minhas coisas, esperei o professor dar as costas e fui. Senti que todos olharam pasmos e admirados pela coragem. Fui atravessando os corredores na velocidade do meu pensamento, precisava sair dali.
Chegando à saída fui interrompido. Um inspetor veio perguntar o por que da minha fuga apressada e sem sentido.Eu disse que precisava resolver algo. Batendo os olhos em mim, disse: "vai Fernando..!", ele sabia que eu estava mentindo. Não importava.
Sai e segui o caminho da praia; fui correndo, sobrevoando o asfalto desviando-me dos obstáculos. Ahh! para que existem semáforos! De que importa: vou atravessar. Desviei de um carro, esperei outro passar e "péééénn", quase que sou arremessado asfalto à dentro. Mas escapei.
Cheguei!, cheguei à praia, e pude ver a imagem tão desejada por mim naquela tarde.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
A rua
Do quinto andar eu olho a rua. Faço uma lista das coisas na minha cabeça: carros rápidos, lentos, altos, velhos; árvores entre as cidades, apredendo a conviver com a urbe; transeuntes apressados, enamorados, contempladores... Eu olho os prédios, imagino o que cada pessoa deve estar fazendo dentro de seus lares. Imagino também o que uma celebridade internacional deve estar fazendo naquele momento - quem não pensa nessas besteiras?; é bom sonhar, viver e ver poesia em coisas simples.
É do quinto andar que eu penso isso. Eu nunca encontro outros curiosos olhando em volta, mas com certeza não devo ser o único...
Domingo
minha fuga foi escape
pra longe da tua emoção
exagerada, um desgaste
Entre o vem e a solidão
prefiro a índole, meu porto
que não vai se abalar
por algo inconstante, torto
Entre mim e a visão
o primeiro, eu
a segunda, meu
abrir mão por amor
não.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Em mim
Estou caindo. Ruídos, suposições do que possa ser. Mas não sei. Não tenho medo; eu quero mesmo me aventurar. Parece um poço, por onde eu vou caindo, e ao meu lado pensamentos, desiluões, tristezas, paixões, momentos, lembranças; inertes em sua queda.
Até agora não vi fundo. Também não olhei para baixo. Começou a chover; fez sol. De repente imagens e sons de um discurso. Primeira dama, pessoas importantes. Blecaute. Sumiram.
Estou caindo devaneiamente. Tento mas não quero me agarrar a algo. Estou sozinho, mas sei que a vida é mesmo assim. Tenho noção de que a queda faz parte e sinto que é passageira. Por isso observo tudo, enquanto caio.
Deixo os sons entrarem por meus ouvidos. Vivo, calo e penso. Reflito: agora sou eu e eu! Bato no peito. Chamo a responsabilidade, é a hora!
Os sinos batem. O tapete se estende. Os guardas esperam a entrada: é a minha vez!
Um brilho forte o suficiente para cegar os fracos reflete em meus olhos. Mas eu quero, eu quero a luz, o desconhecido atrás da capa. Eu quero entrar pra ver de onde vem a luz. Eu entrei. Entrei dentro de mim e agora somos eu e eu.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Blecaute
Blecaute. Acabou-se... Foi-se tudo! As pessoas, o cotidiano, o tráfico, as guerras, a televisão, os shows de rock, a mãe, o pai, Acabou-se! O que restou foram apenas os animais, 4 humanos, a natureza, e o que já havia sido construído pelos seres humanos até ali.
Demorou a cair a ficha de Martina, Marcos e Rindu e com certeza da velha que apareceu apenas 2 vezes e sumiu. Ao ver pessoas duras, estáticas, sem respirar, apenas ali de “corpo” presente, como aceitar a nova realidade dali em diante? Pessoas duras, sem sentimento, pausadas, como se os três estivessem numa velocidade superior a da luz, enquanto os outros não, normais em sua inércia cotidiana.
Três. Por que eles? Por que aquilo? Cadê Deus? Apenas muita angústia e o mundo todo para eles, abandonado.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Olá, Leitores!
Obrigado a todos que leram os textos até aqui. Não se esqueçam de comentar! Beijos e abraços!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Dias de queda
Na saída da escola era aquele caos. Muitas pessoas e ao mesmo tempo quase ninguém. Futilidade por toda parte. Avistei Rodrigo, mas já estava longe. Não encontrei mais ninguém. Fui embora, pra que ficar ali?
No caminho só devaneios. Tentei esquecer um pouco e até consegui, por um tempo.
Decidi ir à
Andando de bicicleta pela orla.
Pac! Tátápum!
Num átimo, me estabaquei no chão. Andar sem as mãos pedalando com força de chinelo não é uma boa idéia. A ponta do meu chinelo pegou no chão da ciclovia e eu perdi o controle e... Sentia uma dor horrível. Parecia que tinha levado uma surra numa roda de punk. Levantei com cuidado. Algumas pessoas olhando. Estonteado, ainda ouvi uma mulher dizer, caminhando: "Ta vendo", sem nem parar para ajudar. Às vezes o
Será que era isso o acontecimento importante que ia aparecer na minha vida?..
Peguei minha bicicleta, montei e
"
Com suas orelhas tão fartas
Com seu osso roído
E com o rabo entre as patas",
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Iminência
Acordei, mais uma vez atrasado para escola. Provas finais. Arrumei-me correndo, peguei a bicicleta e sai do prédio. Gostava de ir pela Rua Nascimento Silva e seguir na contramão às margens da pista. Fui. Chegando lá lembrei que só iria encontrar vagabundos como eu, que não estudaram o ano inteiro e ficam desesperados quando cai a ficha de que podem reprovar de ano. Mas tudo bem, eu não estava preocupado com isso, algo maior aconteceria a qualquer momento e era isso que importava.
Minha intuição estava me deixando maluco. Entrei na escola, falei com os inspetores e fui até a minha sala. Abri a porta; fui olhado como lixo pelo professor - "o cara fica de prova final e ainda me chega atrasado"... - procurei um lugar ao sol e me sentei. Impressionante como alguns não dão a mínima para o conhecimento. Mas quem sou eu para falar, estava ali igual a eles, no mesmo barco.
Eu andava me sentindo muito estranho. Não sabia se estava feliz, triste, com frio, calor, bonito, feio... não sabia. Minha amiga entrou na sala. Ufa! Sentou-se ao meu lado, conversamos bem baixinho, mas não naquele tom de voz sequelado querendo dizer que estava falando baixo. Apenas estávamos conversando ao léu da aula... "Nando, to sentindo algo estranho hoje, não sei o que é. Parece que vai acontecer alguma coisa, mas não sei o que..", fazendo cara de pensativa olhando para o nada. Na hora em que falou quase cai da cadeira para falar que sentia o mesmo.
Acabou a aula. Não aprendemos nada. Apenas discutimos quem tinha passado direto, quem tinha ficado com quem no fim de semana e, claro, sobre a iminência maldita dos dois... Quis conversar com ela na saída, mas ela teve que sair correndo. Não sei onde ela arruma tanta coisa pra fazer, anda sempre com olhares furtivos preocupada com alguma coisa.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Apenas uma música...
Uma musica é muito bom para relembrar. Lembro de uma menina que estudou comigo na oitava, sétima série sei lá. Eu era muito tímido, ficava nervoso pacas pra falar com a menina. Mas um dia decidi pegar seu msn, já que era tão difícil abrir a boca.
Um dia perguntei de que musica ela mais gostava. "Procura lá: Sister Hazel - Beautiful Thing. Aaaaamo essa música". Ouvi. Passei a amaaaar a música também. Só escutava essa música quando nos falávamos por msn.
Um dia, ela ficou com o menino que eu odiava. Fiquei sabendo por outros, afinal eu não era amigo, nem ficante, nem nada dela, era apenas mais um que a “arroizava”... Fiquei indignado. Desapaixonei-me. Passei a odiar mais o "menino-dixcolado" que tinha a língua presa. Segui meu caminho.
Muitos anos depois, nem moramos mais na mesma cidade, nao faço a mínima idéia de como seria conversar com ela hoje, mas a música permaneceu. Se escuto ela, lembro da garota.
Era a menina mais linda do mundo, no meu mundo. Hoje, apenas uma música...
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade
Procurei na resenha abaixo acusar algumas características do livro em forma de tópicos, para facilitar o entendimento por parte do aluno ou qualquer interessado pela obra e suas nuâncias.
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Publicado em 1927, Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade, chama a atenção por inúmeros aspectos. O título da obra, o tema tratado, a linguagem utilizada, a estrutura do texto, a classificação que o autor da à obra; todos esses elementos foram utilizados de forma inovadora por Mario de Andrade, o que caracterizou a obra como moderna.
O Título da obra
O título da obra chama a atenção, pois há uma contradição gritante. Amar é verbo transitivo direto, e não intransitivo. No entanto, a mensagem que tenta se passar não é puramente de rebeldia contra a gramática brasileira, mas uma simples mensagem: “ame, independente do objeto”.
O Tema tratado
“A história é sobre a iniciação sexual do protagonista, Carlos Alberto. Seu pai, Sousa Costa, preocupado em prepará-lo para a vida, contrata uma profissional para isso, Fräulein Elza. O grande medo de Sousa Costa é que, se seu filho tivesse sua iniciação num prostíbulo, poderia ser explorado pelas prostitutas ou até se tornar toxicômano por influência delas.”
Percebe-se que o tema é totalmente inédito e de grande impacto para a sociedade da época, pois o leitor acompanha a história de um rapaz de 16 anos que vai se apaixonando aos poucos por uma prostituta, apesar dela se intitular “professora de alemão e do amor”.
Há cenas que mostram claramente os sinais de crescimento da chama sexual do menino pela “governanta”, como nos momentos em que estão sozinhos na biblioteca ou em uma cena extremamente discreta em que ele se masturba inspirado nela. Até chegar o dia em que ele vai ao quarto de Fräulen de madrugada e eles iniciam uma relação sexual.
A Linguagem utilizada
Mario de Andrade utiliza uma linguagem que provavelmente foi considerada “errada” na época. Isso porque se afasta do português tra dicional ao imitar o padrão coloquial brasileiro. É como se o texto imitasse a maneira de falar do nosso povo.
A Estrutura do texto
A narrativa é em terceira pessoa, linear e corre sem capítulos durante todo o livro. Para separar os acontecimentos, o autor apenas dá um espaço visível para que o leitor não tropece na leitura. É mais freqüente o uso do discurso direto, nos diálogos, mas em algumas vezes, usa também o discurso indireto e o discurso indireto livre.
A pontuação é utilizada de forma livre. O autor preocupa-se mais em deixar a leitura correr do que prender o leitor às pontuações utilizadas somente para obedecer à norma gramatical.
O que chama a atenção são as digressões que o autor faz no decorrer do texto. O autor faz comentários marginais no decorrer da história em que tenta explicar na maioria das vezes, embasado nas teorias freudianas, a natureza do comportamento dos personagens diante das situações.
Quanto à classificação que o autor da à obra
O livro recebe uma curiosa classificação: é apresentado na capa como Idílio. A classificação é feita pelo próprio Mario e a perplexidade é inevitável. Como que um idílio, o qual implica uma forma singela de amor em que não se tem dúvidas quanto à reciprocidade entre dois sujeitos, pode representar a relação sexual que se tem entre um menino de 16 anos e “uma professora do amor” de 35? Só os misteriosos sentimentos de Elza poderão dizer...
Destrinçados os elementos que compõem a obra, cabe agora ao leitor conhecer essa intrigante história de lição de vida e de escrita que Mario de Andrade dá aos leitores com o idílio modernista “Amar, Verbo intransitivo”.
Referências:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/amar_verbo_intransitivo ,
http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/Modernismo22/Mario_de_Andrade_Amar_Verbo_Intransitivo_resumo.htm