quinta-feira, 27 de maio de 2010

Meu

Eu não sou o centro. Eu não sou perfeito. Eu tento, sempre percorro o caminho paralelo. Tenho medo. Tenho vergonha. Meus amigos me acham estranho. Eu quero me divertir. Mas do meu jeito. Minha diversão envolve natureza, animais e fidelidade. Eu gosto de escrever. Eu amo ler. Eu amo minha juventude. Eu não quero meus amigos longe. Não quero olhares estranhos. Minhas atitudes nunca visam o desastre do outro. A mentira não faz parte do meu teatro. Meu teatro tem violão. Mas há tempos não dou atenção a ele. Eu amo minha família. Eu me amo. Eu amo os lugares. Me perdoem se pareço estranho as vezes. Me perdoem meus medos e até minhas certezas. Não quero machucar ninguem. Só quero viver, e conquistar a independência.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Suponhamos...

Acabei de chegar na cidade. Ela é uma tentação, nunca vi tantos anúncios e regalias. O som do trânsito e das ondas soa como música aos meus ouvidos. Eu estou me sentindo muito bem, leve.
As pessoas aqui se vestem bem, veja aquela moça: enquanto ela anda, suas jóias se movem calmamente, seus passos são lentos e bem calculados, sua postura elegante. Ela é impecável!
Essa rua por onde ando é bem movimentada, tem vários anúncios e cartazes indicando os produtos que devem ser comprados. Eu gostei daqui, gostei das pessoas. Elas são intocáveis, são bem vestidas e gesticulam bem ao falar no telefone, parece uma passarela.

Esse som me toma pelo chão. Sem perceber fechei os olhos e comecei a sentir a energia dessa cidade. A energia da beleza, do encanto, das luzes que refletem dos óculos de grife, do olhar esperançoso do gari, da posição esbelta das árvores. Isso me alimenta, sinto-me bem aqui.
Quer saber? Vou pegar o caminho da praia. Estou dispensado, tenho a tarde inteira.

O caminho permanece iluminado, por que as pessoas sorriem tanto? Será que todo mundo está de dispensa hoje?

Meu bom Mar me diga, onde me levarás nesta minha iminente viagem? Eu quero ir para África, sim, a África! Sede da Copa do Mundo. Visitar os Safáris habitados por onças, girafas e turistas de todo o planeta. Conhecer a história daquelas cidades onde a segregação um dia já existiu. Ver e ouvir pessoas de diferentes nações.


Meu Mar, me leve? Não me deixe olhar pra trás, apenas quando eu acordar e não me lembrar de mais nada.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bela atriz


No deserto, eu a vi caminhando. Azul, leve e independente. Não acreditava no que via. Parecia uma miragem. Sua leveza encatava. Pensava, enquanto acompanhava seus quadris ao andar, de onde podia ter vindo tamanha perfeição. Jeito, postura, dança. Ao longo de seu caminhar, ela cantava músicas de Alceu Valença, indicando seu lado feminino com toques exóticos e poéticos.

Não agüentei, corri para tentar falar com a tal moça que há tanto me encantava. Corri, corri e, quando pensava que alcançaria suas lindas mãos, esquivou-se com soltura e sensualidade. Meu Deus, pensei, preciso alcançá-la! Corri, corri, corri mais. Corri com passos largos, curtos, rodopiando, pulando, usei de todas as formas que conhecia para correr mais rápido, mas não a alcançava.

No meio do caminho, vi que estávamos nos aproximando da praia e comigo pensei: não tem como ela escapar: vai ser lá onde vou segurá-la e arrancar em suspiros seu nome e perfume exalado da boca ao falar. Só mais um pouco e enfim tocarei sua pele, revelarei seu segredo.

Mas, quando foi chegando perto, perto demais da praia fui pensando: será que vale a pena descobrir o segredo da linda mulher que corre à minha frente? E se eu descobrir e não gostar? E se ela não for tão sublime quanto eu espero? Minha poesia, meu encanto por ela não vai mais ser o mesmo. Minhas palavras vão passar a ser triviais, meus olhares vão ser tímidos e minha vontade não mais aguçada pela adrenalina do desejo.

E agora, o que eu faço? A praia está chegando, eu revelo ou não o segredo? Desfaço ou não das minhas poesias para a bela atriz?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mundo

Há coisas inexplicáveis que acontecem em nossas vidas: há coisas em nosso caminho que nos botam pra baixo, pra cima, sem motivo. De hora em hora nos transformamos completamente em níveis epteliais, conotativamente falando; mas sabemos que a essência permanece a mesma. É isso que me faz prosseguir, pular pedras enormes, obstáculos que precisam de pernas de Jardel Gregório para serem perpassados, é isso que me faz.

A concentração na estrada é essencial. Às vezes amigos ou parentes aparecem para dar aquele empurraozinho para gente seguir em frente. Isso também é essencial, pois faz parte da nossa alma a energia que sentimos dos amigos.

"É impossível ser feliz sozinho".

Embalado nesse momento de extasia do sentimento, eu me declaro feliz. Declaro que todos sejam, que façamos nossa parte. O mundo é repleto de ignorantes, de pessoas com a cabeça fechada para os seus problemas. Porra, todos temos problemas, mas se ajurdamos fazendo a nossa parte com certeza isso refletirá positivamente na resolução do problema do próximo.
Quando uma pessoa taca lixo pela janela do ônibus, eu me pergunto sempre: será que essa pessoa fez isso por não ter aprendido em casa, ou na escola? Mas não é possível. Nem tudo aprendemos em casa. Se fosse assim, as pessoas não saiam à rua, com medo das diferenças.
Uma pessoa que taca lixo pela janela é no mínimo ignorante por vários fatores. Pelo fator do egoísmo para com os outros e com o mundo. Pelo próprio fator da ignorância em sí, por não enxergar o óbvio por pura negligência.

Com tantas informações veiculadas nos meios de comunicação, produzidas com tanto esmero pelos jornalistas para alertar a população sobre os efeitos agressivos que as ações humanas vêm causando no planeta, não é possível que um babaca ao menos não tenha visão de que jogar lixo pela janela do ônibus, por mais que um funcionário do serviço de limpeza urbana venha limpar no dia seguinte, é um ato incrédulo diante do contexto que estamos inseridos.

Nessa busca incessante ao sucesso profissional que vivemos atualmente, muitos deixam-se cegar pelas ambições e acabam esquecendo da responsabilidade que todos e cada um tem com a sua casa, o nosso pequenino planeta.
E olha que apenas citei o caso do lixo jogado pela janela...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Felicidade em preto e branco

Atlético garante a vitória em cima do Ipatinga e conquista 40º título mineiro. Apoio da Massa é decisivo





omingo, dia de decisão do Campeonato Mineiro. Torcedores atleticanos acordam, levantam e antes mesmo de abrir os olhos vestem o manto. Após a roupagem, olham pela janela: céu azul. Pena que a cor foi vista apenas no céu. Alguns torcedores inconformados diziam: “nós queríamos o Cruzeiro, mas cadê o Cruzeiro?”

Preparação feita, atleticano às ruas.

As vias de acesso prontas para a enorme carga de torcedores ansiosos. Ônibus e carros lotados de fanáticos convergiam para um único ponto: o Mineirão. Assim amanheceu o dia da decisão entre Atlético Mineiro e Ipatinga.

No local do confronto, o estacionamento lotado de atleticanos em busca do passaporte para o espetáculo deixou a já pequena, porém fiel, torcida do Ipatinga assustada. Embora a vontade fosse grande, nem todos conseguiram garantir a entrada.

Falta de ingressos e confusão

A grande demanda por ingressos não foi acompanhada pela oferta. Cambistas vendiam ingressos – que custavam inicialmente 20 R$ – a preço da própria camisa do time. Muitos torcedores que esperavam assistir ao espetáculo ao vivo viram o sonho se perder pela falta de bilhetes e se contentaram em acompanhar o jogo pelos famosos radinhos de pilha nas mãos de alguns torcedores, pela televisão ou até mesmo por carros de som próximos ao estádio.

Como nem tudo são flores, a falta de ingressos desesperou boa parte das torcidas. A meia hora do jogo, alguns mais alterados pretendiam acabar com a festa antes mesmo de ela começar e incitavam pequenas brigas ao partirem para cima dos que os vendiam a preços absurdos. De tempo em tempo, um grupo de furiosos partia para cima de cambistas, mas, instantes depois, a polícia chegava para apartar e garantir a festa no Mineirão.

Vitória e comemoração

Confusões à parte, o Atlético conquistou merecidamente a vitória. Com um resultado de 5x2 no agregado das duas partidas, o Galo mineiro foi pela 40ª vez campeão es
tadual – quatro a mais que o rival Cruzeiro – e pôde comemorar a festa há três anos aguardada. Oficialmente, 60.704 pagantes presenciaram a final, o que gerou renda de R$ 1.209.820,00.

Após o jogo, torcedores, dirigentes, integrantes da comissão técnica e jogadores se reuniram na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, para festejar a conquista da Taça. Como heróis após uma batalha, os jogadores do clube foram recebidos com o hino do time orquestrado pela banda mineira Tianastácia. A festa de comemoração lotou a Praça e contou com a distribuição de 40 mil latinhas de cerveja.