segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dias de queda


Na saída da escola era aquele caos. Muitas pessoas e ao mesmo tempo quase ninguém. Futilidade por toda parte. Avistei Rodrigo, mas já estava longe. Não encontrei mais ninguém. Fui embora, pra que ficar ali?

No caminho só devaneios. Tentei esquecer um pouco e até consegui, por um tempo.


Decidi ir à praia. Liguei para João. "Xuaum tá com a namorada, Fernando". Era engraçado, sempre que a mãe dele falava "Xuaum" eu tinha vontade de rir. Mas tudo bem, Xuaum não estava. Rodrigo estava no estágio, no jornal da escola. Marcelo, como sempre na Academia. Bruno dormindo, pra variar. Ah, quer saber? Vou sozinho.

Andando de bicicleta pela orla. Como é lindo o Rio de Janeiro. Mulheres a caminhar, jogando volei exibindo seus belos corpos, passeando com labradores peludos...


Pac! Tátápum!


Num átimo, me estabaquei no chão. Andar sem as mãos pedalando com força de chinelo não é uma boa idéia. A ponta do meu chinelo pegou no chão da ciclovia e eu perdi o controle e... Sentia uma dor horrível. Parecia que tinha levado uma surra numa roda de punk. Levantei com cuidado. Algumas pessoas olhando. Estonteado, ainda ouvi uma mulher dizer, caminhando: "Ta vendo", sem nem parar para ajudar. Às vezes o Rio de Janeiro me dava nojo. Em nível de extremos, sua sociedade, composta por cariocas esposas de ricaços e bandidinhos "amigos" de playboys para os quais vendem seus "produtos", era estarrecedora.


Será que era isso o acontecimento importante que ia aparecer na minha vida?..


Peguei minha bicicleta, montei e

"Volta o Cão Arrependido

Com suas orelhas tão fartas

Com seu osso roído

E com o rabo entre as patas", como diria o célebre Chaves...

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